A guerra na Síria teve início em 2011 e durante muito tempo não recebeu destaque na mídia. Os conflitos eram no interior, onde a rede de comunicação era mais precária. Além disso, o governo de Bashar al-Assad fazia um tipo de censura do que era divulgado pois lutava nas Nações Unidas contra algumas sanções propostas ao seu regime, principalmente pelos Estados Unidos.

Com o apoio das nações islâmicas e da Rússia, ele conseguiu impedir sua aprovação e até ocupou postos em comitês importantes. Surpreendentemente, a ONU jamais reconheceu o genocídio contra cristãos levado a cabo no país, sobretudo pela ação do Estado Islâmico, que chegou a dominar 30% do território sírio.

Contudo, desde o início do ano a destruição da Síria passou a ser destaque nos principais meios de comunicação do mundo e a sangrenta verdade está vindo à tona. Segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), são pelo menos 511 mil mortes desde 2011.

Dentre elas, 350 mil foram nominalmente identificadas, enquanto as demais ainda não foram registradas. Dentre as vítimas, estão 106.390 civis, incluindo 19.811 crianças. Há um número não revelado de “desaparecidos”.

Cerca de um terço da população de 18 milhões de sírios foi obrigado a abandonar suas casas e estão espalhados por diferentes países vizinhos ou aguardam em campos de refugiados uma oportunidade de voltarem para casa.

A ONU parece, finalmente, dar a devida atenção ao conflito e através do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou relatórios apontando que cerca de 3,3 milhões de crianças estão expostas a dispositivos explosivos naquele país.

Sem expectativa para o fim da guerra, os prognósticos para 2018 são sombrios. O foco das batalhas atualmente está na região de Ghouta Oriental, nos arredores da capital Damasco.

O OSDH divulgou na semana passada que após os bombardeios 219 crianças morreram de um total de 1.031 civis, e deixaram mais de 4.350 feridos.

No último relatório do alto comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, indica que está ocorrendo “uma tragédia humana de dimensões colossais” no país. São 400 mil civis vivendo sitiados na região de Ghouta, submetidos à escassez de alimentos e de medicamentos.

A conivência da ONU com a postura dos países islâmicos e o jogo político que deixa na mão de uns poucos o destino de milhões poderá resultar na maior tragédia humanitária do século. Com informações das agências de notícias

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