As contas da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) estão apertadas, mas, sob controle, afirma o assessor de Planejamento e Orçamento da instituição, Bráulio Bueno. Tanto para a Unifei, quanto para as outras universidades federais do País, o momento atual é de incertezas: o governo tem repassado menos dinheiro do que estava previsto.

Com a torneira dos recursos quase fechada, em Itabira, onde a Unifei tem campus, foi preciso pôr o pé no freio quando o assunto é investimento. Segundo os gestores, as prioridades estão garantidas. Uma dessas prioridades é a assistência estudantil, isto é, as bolsas dadas aos estudantes que não podem pagar todas as despesas.

Crítico

A reclamação por falta de verbas é tamanha no País que algumas universidades afirmam que o repasse não é suficiente sequer para as despesas com energia, vigilância, limpeza ou serviços de manutenção das instalações.

Para todo o ano de 2017 foi previsto pelo Ministério da Educação (MEC), inicialmente, a liberação de 85% do valor das despesas de custeio – utilizadas para a manutenção das universidades -, e de 60% para despesas de capital – ou seja, para comprar novos equipamentos e investir em infraestrutura, por exemplo.

Até agora, o limite de liberação do empenho definido pelo MEC foi de 75% do previsto para custeio e de 45% no previsto para capital. Esses são percentuais que melhoraram na semana passada, quando o governo subiu 5 pontos percentuais no limite (antes em 70% e 40%).

Em números mais claros, está o caso da Unifei: o orçamento deste ano girava em torno de R$ 25 milhões para custeio (manutenção) e R$ 7 milhões para capital (investimento). No contingenciamento do MEC, são liberados só valores nos percentuais citados – R$ 18,7 milhões para custeio e R$ 3,1 milhões para investimento.

“Temos observado uma demanda superior à disponibilidade, o que força a instituição a fazer adequações”, cita o assessor de Planejamento e Orçamento da Unifei.

Adequações

Com o arrocho financeiro, gestores da Unifei reconhecem alterações na rotina da academia. O diretor administrativo do campus de Itabira, professor Márcio Yasuda, disse que o impacto por enquanto é mais interno. Os compromissos que já foram assumidos e postos no papel serão mantidos. Já os contratos para o próximo ano estão sendo reavaliados. Além disso, um projeto ou outro ou ações no campus podem não acontecer. “Tentamos trabalhar para que os impactos sejam os mínimos possíveis”, diz Yasuda, sem dar maiores detalhes.

Administradora do setor de planejamento e orçamento do campus, Neusa Fonseca, por sua vez, reforça que a direção da universidade atuou antecipando riscos, o que deixa a Unifei em situação melhor do que outras.

Os representantes da instituição afirmam que não há possibilidades de cortes de novas vagas no próximo ano.

Quanto à assistência estudantil, o assessor Bráulio Bueno, no entanto, diz que a oferta dos benefícios de bolsa e auxílios financeiros pode ser reduzida. “Para o ano que vem, por exemplo, nós prevemos a manutenção dos recursos da assistência estudantil. Só que o número de alunos tem aumentado e poderá ter uma menor disponibilidade por aluno”. 

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